Eloá Catarine Pinto Teixeira está de malas prontas para voar para a França no âmbito do programa da Embaixada da França, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Européias e o Institut français, CultureLab 2012, Festival de teatro de Avignon de 18 a 28 de julho.
Eloá
ficou em primeiro lugar no concurso organizado pelo Bureau Salvador-SCAC
Recife dentro da Semana da Língua Francesa e da Francofonia que
destacou o indivíduo e o francês, língua singular e particular, língua da
expressão íntima, Dites-moi dix mots
qui vous racontent.
Representando a Bahia, Eloá Catarine Pinto
Teixeira é mestranda em Literatura e Cultura/Estudos em Tradução Cultural e
Intersemiótica na Universidade Federal da Bahia. Pretende investir na carreira
acadêmica, se projetando para um doutorado.
Há cerca de 7 anos está imersa nos estudos dessa
língua, em aulas particulares, através de contatos com francófonos, no curso da
Aliança Francesa, mas lembra que a maior
parte da minha formação em língua francesa veio do esforço próprio, das longas
horas que passei estudando sozinha em casa, frisa. Nem é esforço, acho que foi a língua que me escolheu.
Quando passei no vestibular em 2002, precisei fazer aulas particulares, me
apaixonei pela língua francesa. Quando terminei minha graduação, mudei para
Salvador e foi onde iniciei minha carreira como professora de francês. É uma
língua fácil, irmã do português, minha língua materna. Então, sinto-me muito à
vontade com a língua francesa, além de adorar a diversidade cultural que ela
traz, já que é uma língua falada em diversos países.
Eloá se interessa por música, adora o pop
francês, Zaz é maravilhosa! conta.
Gosta de leitura e de cinema, Audrey Tautou e Juliette Binoche são suas
favoritas. Se atualiza com TV5, assiste os JT e os documentários. Além disso,
sempre que pode ouve a Rádio France, para saber das novidades na música. Confessa
ainda que está ansiosa para conhecer Avignon. Sei que é uma cidade muito agradável. Acho que participar do Festival
de Avignon é uma grande oportunidade para abrir novos horizontes de pesquisa e
atuação acadêmica.
Eloá soube do concurso CultureLab 2012 através da
APFEBA, a Associação dos Professores de Francês da Bahia, da qual
faz parte.
Ir ao encontro da criação teatral e contemporânea, tal é o projeto da
temporada organizada pelo CEMÉA (Centro de Treinamento aos Métodos Ativos de
Educação) no Festival d’Avignon.
O programa da temporada CultureLab
Festival d’Avignon é centrado na descoberta das formas artísticas presentes
no Festival e nas questões da criação contemporânea e da mestiçagem das
linguagens artísticas. Os participantes tem condições de acesso privilegiado à
programação, encontros com as equipes artísticas e intervenções de
profissionais do espetáculo vivo. Cada participante é convidado a criar uma
produção em francês que retrate seu percurso como espectador ou aprofundar um
tema abordado durante a estadia.
Um aporte cotidiano sobre a história do teatro e os desafios atuais do
espetáculo vivo, sob a forma de intervenções em francês, de trabalho sobre
textos ficam como suporte de um aperfeiçoamento no domínio da língua francesa e
das suas ferramentas conceituais para falar do espetáculo vivo e da encenação. O
programa propõe um percurso de 4 espetáculos acompanhados, com um trabalho
posterior de preparação sob a forma de ateliês e intervenções; encontros e
debates com artistas e profissionais e ateliês de sensibilização às práticas
artísticas, em ligação com os espetáculos vistos. O programa acolhe 25
participantes do mundo inteiro.
O Festival d’Avignon nasceu em 1947 de uma coincidência e de uma
bricolagem, a partir do desejo de um casal de organizar uma exposição, que já
pretendia cruzar as linguagens artísticas, a música e o teatro. A partir daí,
desenvolveu-se progressivamente, consolidando-se com o tempo, sob a direção e
as convicções do diretor de teatro Jean
Vilar, que acreditava na necessidade de renovar as formas artísticas
(mostrar o teatro contemporâneo ao lado do teatro clássico) e de ampliar o
público, permitindo o acesso aos mais jovens apoiando-se na rede de educação
popular.
Com a cidade turística de Avignon,
na estrada das férias, e participando do movimento de criação dos festivais na
Europa, o Festival d’Avignon cresceu e atingiu rapidamente sua era de ouro que
durou 20 anos. Nos anos 60, o Festival acolheu a dança revolucionária de Maurice Béjart, viu as trupes locais
desenvolverem o Festival Off. Com o
crescimento do Festival, outros problemas surgiram, como financiamento, a
profissionalização das equipes, o trabalho voluntário. A partir dos anos 80, Bernard Faivre d’Arcier monta o
Festival d’Avignon como uma pequena empresa cultural, convida jovens diretores
e coreógrafos franceses e estrangeiros e, mais uma vez, Ariane Mnouchkine e seu Théâtre
du Soleil. Inicia coproduções com artistas da Europa do Leste, investe em
qualquer local da cidade para teatro e dança, mistura as formas artísticas e
propõe percursos individuais. Desde 2003, o Festival d’Avignon está sob a
direção bicéfala de Hortense Archambault
e Vincent Baudriller que conceberam
o conceito do artista associado com a apresentação de várias obras do mesmo
artista.
Ao longo de sua trajetória, o
Festival d’Avignon conseguiu ser popular e acolher todos os tipos de teatro. O
Festival tem um público fiel, é nacional e internacional, revela e confirma os
artistas, é um festival de criação, é um tempo e um espaço de encontro de profissionais,
de políticos e de debates. Permitiu a restauração de um patrimônio arquitetural
esquecido, e favoreceu implantações de estruturas culturais permanentes.
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