segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A gestão do Musée Rodin em Paris e Meudon, por Aline Magnien

Aline Magnien
fotos Irène Kirsch

Durante sua visita a Salvador, Aline Magnien, Conservadora Geral do Musée Rodin de Paris explicou algumas coisas da gestão do Musée Rodin em Paris e Meudon e respondeu as perguntas do público composto por mais de 50 pessoas.

O Musée Rodin, localizado no Hôtel Biron e na Villa Brillant em Meudon (reserva técnica e dos moldes) nasceu em 1919 da vontade do artista, Rodin, ao morrer fez do Estado seu herdeiro moral, a quem doou seus bens, obras de sua criação e coleção pessoal.

O Musée Rodin organiza em média duas exposições de 3 a 4 meses por ano. Cada exposição é concebida por um curador científico, as vezes numa co-curadoria (exposição Henry Moore e Rodin por exemplo) e desenhada por um museógrafo diferente. Na programação das exposições, a direção tem em mente um equilíbrio entre os conteúdos, mais científicos ou mais populares (Rodin e Matisse, Camille Claudel) e a bilheteria gerada pelas entradas. As exposições podem circular, Rodin e a fotografia viajou pelo Brasil em 2009, em São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte. A circulação na França permite a mutualização das despesas, da museografia e do catálogo.

A exposição A invenção da obra (2011) questiona a noção de obra prima, a evolução da noção de obra, sob os olhares dos historiadores e dos artistas contemporâneos. Se trata também a questão da repetição e da reprodução muito presente no século XX. Assim ao lado de obras de Rodin, o público pode ver obras de Bruce Nauman, Marcel Duchamp ou Marcel Broodthaers.

O Musée Rodin vive de seus próprios recursos, com o direito de fundir e vender obras de Rodin. O Musée Rodin também vende reproduções em resina, objetos e livros na sua butique e aluga seus espaços para eventos de prestígio. O Musée Rodin não é subvencionado pelo Estado. Ele tem que se posicionar sobre um palco concorrencial em Paris e diversificar sua oferta, atrair seu público.

Em média, O Musée atrai 750 000 visitantes por ano, ele é o terceiro museu mais visitado da França.

Aline Magnien é formada em letras e Doutora em História das Artes (Université Paris-X-Nanterre). É Conservadora Geral do Patrimônio, Chefe do Inventário Geral de Picardie e, desde 2008, Diretora das Coleções do Musée Rodin em Paris.

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