sexta-feira, 11 de novembro de 2011

No reino dos festivais : mesa redonda, Festival: qual estratégia para qual objetivo?

E.Costa, V.Aquino, JJ.Lemêtre, S.Farias, R.Liborio, L.Alabarse, B.Faivre d'Arcier
R.Liborio, L.Alabarse, B.Faivre d'Arcier
Eliane Costa
Jean-Jacques Lemêtre
Maria Reijane Reinaldo
Deolinda Vilhena
Isa Trigo
Pedro Freitas e Deolinda Vilhena
Gica Nussbaumer
Yuri Tripodi
Fernando Marinho
Aldo Valentim
R.Reinaldo, V.Aquino, L.Alabarse, I.Kirsch, JJ.Lemêtre, E.Costa,
P.Olivier, D.Vilhena, R.Liborio, B.Faivre d'Arcier, S.Farias
fotos FACOM e Irène Kirsch
A segunda mesa redonda Festival: qual estratégia para qual objetivo?, com moderação de Sérgio Farias (IHAC-UFBA), reuniu Luciano Alabarse (Festival Internacional de Teatro Porto Alegre Em Cena), Ricardo Libório (FIAC), Veronica Aquino (SECULT), Eliane Costa (Petrobras), Jean-Jacques Lemêtre (Théâtre du Soleil) e Bernard Faivre d'Arcier (Festival d’Avignon).

Luciano Alabarse, criador e diretor do Festival Internacional de Teatro Porto Alegre Em Cena, analisou o festival como um festival de cena, com dança e música, mais que apenas um festival de teatro. O festival é um espaço de conflitos, é também uma incerteza. O festival é um evento, mas apoia outros festivais no interior e promove ações formativas.

Ricardo Libório, coordenador geral do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, contou como o FIAC nasceu de uma iniciativa privada pessoal num clima de entusiasmo e aventura. Para Ricardo, o festival deve comunicar-se com a cidade e a comunidade.

Veronica Aquino, da SECULT, apresentou o programa de apoio a projetos calendarizados, por meio de convênios com duração de 2 a 3 anos, para assegurar uma parte dos recursos dos eventos beneficiados e sair do eterno recomeço a cada ano.

Eliane Costa, Gerente de Patrocínios da Petrobras, informou que a empresa patrocina 17 festivais de artes cênicas no Brasil. Além disso, a Petrobras apoia o funcionamento de 60 grupos de dança, teatro ou circo, sempre com a preocupação de respeitar a diversidade regional e etnica das propostas.

Jean-Jacques Lemêtre, músico e compositor das trilhas sonoras dos espetáculos do Théâtre du Soleil, explicou que a turnê veio tarde na trajetória da trupe e que sempre nasce do desejo do anfitrião. Por isso a turnê se constrói nas relações pessoais. No modo de criação dos espetáculos, é muito difícil antecipar o momento da turnê. Em média, cada criação é apresentada entre 500 e 700 vezes. O festival dá à companhia tempo para viajar, ministrar oficinas, encontrar pessoas, descobrir outros universos e trocar experiências.

Bernard Faivre d'Arcier focou sua fala sobre a maneira de conciliar a ação durável e o evento pontual. É preciso achar um complemento entre as instituições culturais permanentes e os festivais. Tem que haver uma colaboração entre eles. O festival é um momento forte, visível e mediático. Mas precisa ter um objetivo artístico. O festival precisa ser uma forma de escola para o público, criar uma dialética entre os artistas e o público. O festival precisa mostrar os clássicos e as formas emergentes, o festival é um lugar de confrontação e de encontro. Uma estratégia definida a longo prazo traz um tempo de vida e independência.

Agradecemos a todos os que participaram deste I° Colóquio internacional No reino dos festivais: o público interessado e pertinente de mais de 140 pessoas nos dois dias, a UFBA, a Escola de Teatro, a FACOM, o IHAC e seus estudantes, o Bureau Salvador-SCAC Recife, a SECULT, o FIAC, Restaurante Deli&Cia, Restaurante Pereira, Pousada des Arts, Madda, Tag Arts, Agência Péck.

Até o próximo.
http://noreinodosfestivais.blogspot.com/

No reino dos festivais: conferência As políticas culturais na França, por Patrick Olivier

Patrick Olivier
Paulo Miguez
Patrick Olivier e Paulo Miguez
fotos FACOM e I.Kirsch
Na sua conferência As políticas culturais na França, Patrick Olivier, Diretor da Inspeção Geral do Ministério da Cultura e da Comunicação e Diretor do Mestrado em Administração das organizações culturais da Universidade Paris-Dauphine, lembrou que, após Malraux, que definiu as grandes prioridades da cultura em 1959, a cultura se tornou uma prioridade nos anos 80, lembrando também que a cultura e as políticas públicas da cultura são assunto eterno de debate e objeto de polêmica até hoje. Nos anos 80, Jack Lang declarou que tudo é cultural. A partir de 1981, a cultura integrou novas práticas, o design, a moda, o rock, as artes da rua, etc., abriu-se às criações internacionais, às culturas do sul e começou a financiar culturas estrangeiras.
Hoje é consagrado o direito da diversidade cultural, passamos da democratização cultural à democracia cultural.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mesa redonda Cultura, identidade e organização dos territórios, apostas políticas e culturais dos festivais, articulações das intervenções públicas

Paulo Miguez e Luiz Claudio Cajaiba
Luiz Claudio Cajaiba
Patrick Olivier, Rejane Reinaldo e Nehle Franke
Bernard Faivre d'Arcier e Ophélie Orrechia
Luciano Alabarse
Deolinda Vilhena
Pedro Freitas

R.Reinaldo, P.Miguez, D.Vilhena, LC.Cajaiba, N.Franke, P.Olivier, B.Faivre d'Arcier
fotos Irène Kirsch
A mesa redonda Cultura, identidade e organização dos territórios, apostas políticas e culturais dos festivais, articulações das intervenções públicas reuniu-se ao redor do moderado Luiz Cláudio Cajaíba (PPGAC-UFBA), de Patrick Olivier (Diretor do Mestrado Profissional em Administração das organizações culturais da Universidade de Paris-Dauphine), Nehle Franke (Diretora da Fundação Cultural da Bahia), Maria Rejane Reinaldo (Diretora do Programa de Formação do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga) e Paulo Miguez (Coordenador do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade IHAC-UFBA).

Patrick Olivier analisou o posicionamento e o papel do Ministério da Cultura e da Comunicação da França em relação às iniciativas locais públicas ou privadas. Entre as preocupações maiores do Estado, estão a animação dos territórios, seu desenvolvimento econômico, turístico, social e cultural. Também a visibilidade internacional do Festival é um critério importante na avaliação do evento pelo Estado. Mas não existe regra pré-estabelecida, o êxito na hora de pedir apoio depende muito da qualidade do trabalho e da força de convicção do responsável pelo festival.
Maria Rejane Reinaldo mostrou como o Festival de Guaramiranga dá vida a uma cidade inteira no interior do Ceará.
Nehle Franke insistiu na importância das trocas, dos intercâmbios e do potencial que representa um festival na formação do pessoal. Um objetivo é combater a incerteza da realização do festival de um ano para o outro. Por isso, o Estado da Bahia desenvolve uma política de eventos calendarizados.
Paulo Miguez analisou o carnaval baiano como um patrimônio cultural intangível, um bem público, uma criação coletiva e um negócio num país onde a festa é também cultura.
E o publico questionou os palestrantes...

No Reino dos Festivais: Conferência de abertura por Bernard Faivre d’Arcier

Bernard Faivre d'Arcier
Lais Machado
Deolinda Vilhena e Bernard Faivre d'Arcier
Deolinda Vilhena
fotos FACOM e Irène Kirsch
Bernard Faivre d’Arcier, um dos grandes especialistas do mundo em matéria de festivais e políticas públicas, contou sobre a longa história do Festival de Avignon, que ele dirigiu, desde muito jovem, por 15 anos, em duas oportunidades.

O Festival de Avignon naceu em 1947 de uma coincidência e de uma bricolagem, a partir do desejo de um casal de organizar uma exposição, que já pretendia cruzar as linguagens artísticas, a música e o teatro. A partir daí, desenvolveu-se progressivamente, consolidando-se com o tempo, sob a direção e as convicções do diretor de teatro Jean Vilar, que acreditava na necessidade de renovar as formas artísticas (mostrar o teatro contemporâneo ao lado do teatro clássico) e de ampliar o público, permitindo o acesso aos mais jovens apoiando-se na rede de educação popular.
Com a cidade turística de Avignon, na estrada das férias, e participando do movimento de criação dos festivais na Europa, o festival de Avignon cresceu e atingiu rapidamente sua era de ouro que durou 20 anos.
Nos anos 60, o Festival acolheu a dança revolucionária de Maurice Béjart, viu as trupes locais desenvolverem o Festival Off. Com o crescimento do Festival, outros problemas surgiram, como financiamento, a profissionalização das equipes, o trabalho voluntário.

A partir dos anos 80, Bernard Faivre d’Arcier monta o Festival de Avignon como uma pequena empresa cultural, convida jovens diretores e coreógrafos franceses e estrangeiros e, mais uma vez, Ariane Mnouchkine e seu Théâtre du Soleil. Inicia coproduções com artistas da Europa do Leste, investe em qualquer local da cidade para teatro e dança, mistura as formas artísticas e propõe percursos individuais.
Desde 2003, o Festival de Avignon está sob a direção bicéfala de Hortense Archambault e Vincent Baudriller que conceberam o conceito do artista associado com a apresentação de várias obras do mesmo artista.

Ao longo de sua trajetória, o Festival de Avignon conseguiu ser popular e acolher todos os tipos de teatro. O Festival tem um público fiel, é nacional e internacional, revela e confirma os artistas, é um festival de criação, é um tempo e um espaço de encontro de profissionais, de políticos e de debates. Permitiu a restauração de um patrimônio arquitetural esquecido, e favoreceu implantações de estruturas culturais permanentes.

Abertura do I° Colóquio Internacional No Reino dos Festivais na UFBA

Andrea Rodrigues e Fernando Antonio
Tacira Coelho e Thiago Carvalho
G.Ferreira, D.Marques, D.Vilhena, V.Ortiz, M.Embiruçu, P.Bonnal, F. de Assis, S.Farias
Deolinda Vilhena
Patrice Bonnal
Vitor Ortiz
Felipe de Assis
M.Embiruçu
Daniel Marques
Giovandro Ferreira
fotos FACOM e I.Kirsch
Salvador sediou dias 24 e 25 de outubro o I Colóquio Internacional No Reino dos Festivais – o Festival, instrumento ou pretexto para as políticas culturais. O evento, que aconteceu no âmbito do FIAC - Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, dando início a uma parceria que une prática e teoria, foi realizado por três unidades da Universidade Federal da Bahia - Escola de Teatro, FACOM e IHAC, sob a coordenação da Profª Drª. Deolinda Vilhena, e patrocinado pela SECULT - Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, pela Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e pelo Bureau de Salvador - SCAC Recife - Embaixada da França.

A abertura do colóquio contou com a presença marcante de Vitor Ortiz, Secretário Executivo do Ministério da Cultura, que falou da importância da cultura e das iniciativas públicas na área. O Cônsul Geral da França no Nordeste, Patrice Bonnal, lembrou da excelente cooperação entre a Bahia e a França, e particularmente com a UFBA. Felipe de Assis, cofondador e diretor do FIAC felicitou-se pela parceria do FIAC com o Colóquio que integra a programação oficial 2011. Marcelo Embiruçu (Pró-Reitor de Pesquisa, Criação e Inovação-UFBA), Daniel Marques (Diretor da Escola de Teatro-UFBA), Giovandro Marcus Ferreira (Diretor da FACOM-UFBA), Sérgio Farias (Diretor do IHAC-UFBA) lembraram a importância dos intercâmbios para o crescimento da universidade. Enfim, Deolinda Vilhena, professora da Escola de Teatro da UFBA e coordenadora geral do I Colóquio Internacional No Reino dos Festivais, falou com emoção da gênese do evento, à mesa de um restaurante cubano em Paris, trocando idéias com Irène Kirsch, Adida cultural da Embaixada da França em Salvador, e o padrinho do evento Emmanuel Wallon, professor na Universidade Paris-ouest Nanterre e grande pensador atual das políticas culturais no mundo.