quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mange, ceci est mon corps na tela do SemCine

Michelange Quay
Michelange Quay

Lounge do TCA

Marcelo de Troi e Cyntia Nogueira
fotos I.Kirsch


Na presença de seu diretor Michelange Quay, o SemCine exibiu para a sala principal do Teatro Castro Alves quase lotada o filme Mange, ceci est mon corps.

Michelange Quay está em Salvador, onde ele já esteve várias vezes, apresentou seu filme como uma obra sobre o povo haitiano e pediu um momento de silêncio em memória das pessoas em sofrimento, no Haiti, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Naturalmente a platéia emocionada pensou em primeiro lugar no terremoto que aconteceu em Haiti em janeiro e nas vítimas das chuvas aqui na Bahia e no Brasil.

Prêmio do Júri do Miami Film Festival em 2008, Mange, Ceci est mon corps é um objeto cinematográfico fora do comum.
Haiti, ilha negra, solitária, abandonada à pobreza e à miséria. Madame, uma mulher branca, vive com seus fantasmas coloniais onde ensina e alimenta as massas condenadas da terra. Uma experiência cinematográfica hipnótica e visceral que nos leva ao mais profundo do sofrimento espiritual e material.
Mange, Ceci est mon corps se constrói em cima do contraste entre preto e branco e sobre a mistura entre o preto e o branco. Com uma sucessão de quadros, o filme lembra pinturas. O filme aborda, de forma metafórica ou concreta, temas como o racismo, a pobreza, a vida e a morte, a fé, o tempo.
Como em qualquer obra de arte, cada um tem sua leitura. Mange, ceci est mon corps, mais do que um filme singular é um filme instigante.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Isabelle Rathery fala da montagem no VI SemCine

Isabelle Rathery/foto I.Kirsch

Isabelle Rathery/foto M.Quay

Michelange Quay/foto I.Kirsch

Juliana Guanais e Isabelle Rathery/foto M.Quay

A mesa redonda A arte da montagem reuniu hoje no VI SemCine, profissionais conceituados da montagem Suzan Korda (EUA), Isabelle Rathery (França), Peter Przygodda (Alemanha) e Ricardo Miranda (Brasil). Todos eles já montaram para grandes diretores do planeta, Walter Salles, Jacques Doillon, Wim Wenders ou Glauber Rocha, entre outros.
A montagem no cinema, para alguns, constitui o umbigo do filme. A mesa de corte, hoje digitalizada, é o lugar onde se escreve o cinema? Pode-se consertar um filme pela sua montagem? É possível estragá-lo?
Na verdade, o que a discussão ressalta, é o papel e o posicionamento paradoxal do montador. Ele é um trabalhador, artista também, mais antes de tudo, um trabalhador. Segundo Isabelle Rathery, o montador é um autor, mais um autor que mergulha no universo do diretor. O montador é parte do processo de criação, mas é melhor que ele fique fora do palco. O montador obedece ao diretor mas não confia nele.
Cada participante falou da sua experiência, do seu relacionamento com diretores, em épocas diferentes. Hoje com a montagem digital, o tempo de reflexão se encurta ao mesmo tempo em que as versões da mesma seqüência se multiplicam, gerando o perigo de perda de senso crítico. A liberdade é a opção. A qualidade é a escolha certa.

Isabelle Rathery e Suzan Korda estão oferecendo uma oficina de montagem cinematográfica. Suzan pergunta: você filma perfeitamente uma cena atores, movimentos de câmera, iluminação e, tudo funciona ainda melhor do que você esperava. Mais tarde, durante a edição, você percebe que esta bela cena realmente não se encaixa na dramaturgia. E agora?
Durante a oficina, as montadoras pretendem levar cada participante a um passeio para explorar a magia do processo de edição.
Não perca: 29 e 30.07, 14h, oficina, A Montagem cinematográfica, I. Rathery e S.Korda, Teatro M.Gonçalves (UFBA).

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pesquisador Patrick Emedy acaba sua viagem no Reconcavo Bahiano

Feira de segunda feira de Santo Amaro

Praia de Itapema-Santo Amaro


Praia da Itapema-Santo Amaro
fotos/Patrick Emedy



Praia de Itapema, município de Santo Amaro: Uma onda branca se joga no mar. As baianas vestidas de saias e turbantes típicos estavam reunidas nessa pequena praia do recôncavo para oferecer o presente para Yemanjá, mãe das águas e da maioria dos orixás. A cesta de flores, perfumes e sabonetes foi carregada ao longo do caminho pelos filhos e filhas de Santo. A viagem começou desde o mercado de Santo Amaro onde aconteceu a festa do Bembé do mercado. Um caminhão saiu de lá de manhã levando a cesta de presente e o máximo possível de participantes. Três ônibus e dezenas de carros individuais formaram o comboio que deu umas voltas agitadas na cidade antes de pegar a estrada em direção do mar. Do alto da boléia do caminhão, nem o sol nem a chuva pararão o ritmo dos filhos de Santo. Cantos, danças e alegria, esse domingo era dia de festa. Um barco, estacionado no mar, esperou as últimas ofertas antes de desaparecer no horizonte. Agora é só cuidar para que a cesta não volte à terra, pois significaria que Yemanjá não gostou do presente!

Feira da Segunda-feira, Município de Santo Amaro: As ruas ficam cheias desde cedo. Cheiros de camarão seco, de carne de fumeiro ou de caranguejo... Alguns do melhores chefs de Salvador de Bahia já conhecem muito bem a dica. Edinho Engel, Beto Pimentel ou Thereza Paim gostam de comprar na feira de Santo Amaro. Encontram-se aqui produtos típicos incomparáveis, produzidos nessa região rica do Recôncavo. O mercado, no centro da feira tem diversas qualidades de farinhas. Além do``terroir´´, a maneira de secar e de peneirar modifica também o sabor! O lugar certo para jogar com os cinco sentidos e treinar-se na degustação! Em caso de fome, não procure mais e aproveite a maniçoba da Cida, escondida numa esquina do mercado.