sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Especialista da literatura francofona da Africa na UEFS

MR Abomo, S.Lima, I.Kirsch, C.Scheinowitz, J.Ribeiro
Humberto Oliveira e Marie-Rose Abomo em boa companhia
Kely Cunha, Marie-Rose Abomo e Soane Lima no Pelô
Os estudantes na UEFS
K. Cunha, Marie-Rose Abomo e S. Lima no Senhor do Bonfim
Em Fortaleza, com o grupo de estudantes
Marie-Rose Abomo Maurin, Professora Doutora da Universidade de Yaoundé no Camarões, especialista das linguas e das culturas da Africa Negra esta em Salvador para ministrar um seminario de 30 horas na Universidade Estadual de Feira de Santana, sob a coordinação do Professor Humberto Oliveira, com o apoio do Bureau Salvador-SCAC Recife.

Além da sua estadia na Bahia, Marie-Rose compartlhou seu conhecimento com os estudantes de Fortaleza
As perspectivas estão muito interessantes, os professores das universidades no Ceara decidiram de integrar a literatura francofona africana no curriculo desde o ano que vem.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Professora francesa ministra aulas na UEFS

A pesquisadora francesa Profa. Dra. Marie-Rose Abomo-Maurin, coordenadora do grupo de pesquisa internacional Littératures au Sud, estará na UEFS, no período de 31/08 a 30/09/2012, onde ministrará aulas de Literaturas francófonas africanas e fará oficinas de conversação em francês.  

Com um invejável currículo que contempla publicação de  inúmeros livros, capítulos de  livros, artigos e comunicações, além de participação em inúmeros congressos e outras manifestações científicas,  a Profa. Dra. Marie-Rose Abomo-Maurin é também tradutora para o francês de obras escritas em línguas africanas, além de contista e romancista.  Segundo o Coordenador do Curso de Especialização Vozes da Francofonia, Prof. Dr. Humberto Luiz Lima de Oliveira, a presença da Profa. Dra. Marie-Rose Abomo-Maurin  permitirá também o desenvolvimento de atividades resultantes de pesquisas conjuntas  com o Centro de Estudos em Literaturas e Culturas franco-americanas do qual a pesquisadora faz parte, tais como edição de livros, organização de congressos internacionais, traduções de obras literárias e mobilidade acadêmica.  

A passagem aérea  Paris-Salvador- Paris foi concedida pela Embaixada da França, graças à colaboração da  Sra. Irène Kirsch, atual Diretora do SCAC- Bureau Salvador.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Maria Bethânia canta Chico no TCA

Irène Kirsch e Maria Bethânia
Jaques Wagner e Irène Kirsch
Fatima Mendonça e Irène Kirsch/foto D.Vilhena

O projeto Musical do Banco do Brasil fechou sua temporada de 3 dias com uma filha da terra, Maria Bethânia, cantando Chico Buarque no Teatro Castro Alves.
Em presença de seus familiares e de sua mãe Dona Cano, com seus companheiros de palco, Maria Bethânia cantou sem parar e declamou poesia, uma pequena lembrança de um show lindo no Teatro Vila Velha, dedicado unicamente a poesia.
Ofereceu ao público baiano, um show lindo com ......


Na plateia, sentados na primeira fila, sua família, o Governador Jaques Wagner e a primeira dama Fatima, que chama Bethânia de minha rainha.
O Secretário de Cultura, Albino Rubim e sua esposa Linda, também prestigiaram o artista.

A Adida de cooperação da Embaixada da França, Irène Kirsch, que começou sua temporada em Salvador dia 2 de setembro de 2008 com show de Ivete Sangalo e Angela Rôrô e logo depois acompanhada de Angela Andrade, com show de João Gilberto, fecha seus 4 anos com chave de ouro, assistindo Maria Bethânia.
Conversou com a artista e lembrou de seu encontro em Paris em 2005, quando dividiu o palco com Gilberto Gil no Zénith de La Villette.
Que sorte!

Tambem aproveitou para se despedir pessoalmente do Governador Jaques Wagner e da Primeira Dama Fatima Mendonça, e do Secretario de Cultura Albino Rubim.

Irène Kirsch esta deixando seu cargo e a Bahia após 4 anos a frente do Bureau Salvador-SCAC Recife. A partir de setembro, assume seu novo cargo em Santiago do Chili. Não tão longe para dar passadinhas na terra de São Salvador.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bolsas na França para estudantes e professor de francês


A Embaixada da França oferece outra bolsa de estágio no Cavilam para professora e bolsas de Master para estudantes.

Juliana Ramos Ferreira
Thaise Almeida dos Santos
Foi o amor que levou ao francês Marcia dos Santos Silva, pós-graduanda na UEFS em Letras e professora de francês. Meu marido foi fazer seu doutorado em Paris. Então em 2001 fui morar na França e precisava falar a língua para me comunicar e estudar. A minha relação com a França é de amor. Paris é a minha segunda casa, tenho muitos amigos lá que são como família. Eu gosto da cultura, da arquitetura, da culinária, do cinema. E hoje tenho uma relação de trabalho também, uma vez que ensino francês língua estrangeira. Marcia assiste aos programas da TV5 e utiliza seu site com os alunos e para seus estudos. Na volta, quero continuar trabalhando na área linguística, intensificando meus estudos no domínio da tradução. Pretendo seguir carreira acadêmica, mas primeiro preciso cursar um mestrado e depois o doutorado.

O Cavilam (Centre d’Approches Vivantes des Langues et des Médias) organiza um estágio de 70 horas de formação com percursos temáticos que abrangem o ensino da língua, comunicação escrita ou oral, civilização e cultura. Fundado em 1964, a cada ano o Cavilam recebe cerca de 4000 estudantes e mais de 1000 professores do mundo inteiro.

Juliana Ramos Ferreira e Thaise Almeida dos Santos estudantes de língua estrangeira aplicada/francês há 4 anos na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) viajam para França para preparar um Master com bolsa da Embaixada da França.

Juliana e Thaise já passaram um semestre letivo na França no âmbito de um programa de intercâmbio entre a UESC e a Université de La Rochelle. Voltam agora para a mesma universidade para 6 meses no Master 2, Langues étrangères appliquées/langues culture et affaires internationales.

Para Juliana, a França é um país riquíssimo e acolhedor, onde tive uma experiência de abertura de espírito muito importante. Admiro as suas contribuições para a História da humanidade, no campo da produção cultural, dos avanços e conquistas sociais. Thaise durante sua primeira estadia, se interessou pelo modo de vida e organização da sociedade na França.

Juliana espera que durante a estada para realização do master possa desenvolver aptidões pessoais como a autonomia, capacidade de adaptação e leitura de mundo. Profissionalmente, espero aprimorar minhas competências linguísticas e na minha área de atuação, negociações internacionais, além de ter uma experiência enriquecedora durante meu estágio profissional. Espero que ao retornar ao Brasil eu possa aceder ao mercado de trabalho mais capacitada e com um diferencial, afinal, no campo das negociações uma verdadeira imersão linguística e cultural é essencial.
Thaise, por sua vez, pretende entrar no mercado de trabalho e atuar utilizando a língua francesa e a língua portuguesa como instrumento de trabalho. 

Estudantes da Bahia e de Alagoas no Programa Assistentes de português na França

Selecionados entre muitos candidatos do país inteiro, Angelo de Souza Sampaio, Luciana Menezes Remonti e Lucas José Silva do Nascimento partem para França para passar um ano em colégio de segundo grau como assistentes de língua portuguesa em Clermont-Ferrand, Lyon e Strasbourg.

Angelo de Souza Sampaio
Angelo de Souza Sampaio, jovem de 23 anos, estuda francês há 4 anos na Universidade Estadual de Feira de Santana. O francês entrou na sua vida de forma através da literatura. No liceu, leu obras de Victor Hugo, Flaubert e Antoine de Saint-Exupéry, traduzidas para o português e quis poder ter acesso direto a suas versões originais. Por isso, ao entrar na universidade, escolheu o curso de francês. Além do curso na UEFS, Angelo estuda sozinho pela internet, em sites de aprendizado de línguas estrangeiras e em casa, com leitura de livros em francês. Também gosta de ler notícias do Le Monde.

Em 2011, Angelo teve a oportunidade de conhecer a França e passar um semestre de intercâmbio, na Université Rennes 2, através do programa de intercâmbios de sua Universidade. Após essa experiência, pude perceber que a França não é apenas Paris, tampouco a Torre Eiffel, como pensava antes, frisa. Gosto de música, Zaz e Bénabar particularmente e de figuras fortes como Albert Camus ou Guy de Maupassant. Ao voltar para o Brasil, pretendo dar continuidade aos meus estudos, realizar um curso de mestrado e fazer um concurso público para trabalhar como professor de francês.

Por sua vez, Luciana Menezes Remonti descobriu a língua francesa já há 11 anos no ensino médio. Também estuda Letras/francês na Universidade Federal da Bahia e em casa meia hora por dia. Surfa no site do canal da televisão francófona TV5 para pesquisar fichas pedagógicas de músicas e também pesquisa para fazer trabalhos. Também navega na parte que ensina francês só para tirar algumas dúvidas. Luciana conta: foi a língua francesa me escolheu porque não sabia que na escola pública ainda existia o ensino da língua e fui para uma turma que só tinha a opção de francês.

Luciana Menezes Remonti
Essa viagem será a segunda viagem à França. Em 2003 fui à Paris no âmbito do concurso Allons en France quando fui premiada. Quando voltar, vou terminar minha graduação, quero dar continuidade aos estudos e ir à França outra vez para fazer mestrado ou doutorado e no nível profissional. Quero desenvolver algum trabalho ligado ao ensino.

Da Universidade Federal de Alagoas, o programa Assistants de portugais acolhe também Lucas José Silva do Nascimento, estudante de Licenciatura em Letras/Francês e bailarino.

Lucas José Silva do Nascimento
Lucas começou o francês ainda criança. Quando ouvia minha mãe e minha tia contando os números em francês relembrando a época em que estudaram na escola, sentia-me atraído pelos sons da língua. Eu achava muito divertido escutar aquela língua diferente da minha e pensei que um dia eu poderia aprender. Aos 14 anos, tive aulas de francês na escola. Um dia a professora nos presenteou com cartões postais da França. No que eu ganhei tinha a imagem do rio Sena, fiquei muito feliz. Na aula seguinte, me deu mais um com a imagem da cama de Louis XIV. Quando cheguei à minha casa, escrevi no verso do cartão do rio Sena que um dia tocaria as minhas mãos nas águas daquele rio... Hoje, Lucas estuda francês há três anos e meio na UFAL e trabalha como professor de português para estrangeiros numa empresa em Maceió.

Lucas gosta de cinema, a Nouvelle Vague, Godard, Truffaut e os absurdos de Louis Malle, e pela nova geração do cinema canadense da vertente francesa. Através do balé conheci Debussy, Maurice Ravel, Camille Saint-Saëns. Serge Gainsbourg com sua forma única de cantar e escrever trouxe à poesia para a música com irreverência e ousadia, gosto muito de ouvi-lo. Uma das coisas que mais me chama a atenção na TV5 são os intervalos dos programas nos quais podemos aprender sobre a língua e a cultura francesa com é o caso do programa Merci professeur com o professor Bernard Cerquiglini, sempre com suas dicas sobre a língua francesa.

Será a primeira viagem de Lucas no exterior. Como sou professor de português para estrangeiros, quero ter essa experiência em outro país para apresentar a minha cultura e em troca viver a cultura francesa que só conheço através dos filmes, livros e internet. Depois de voltar ao Brasil, quero trabalhar com a língua francesa, ensinando ou pesquisando na Universidade. Espero que essa oportunidade de viver na França possa trazer boas propostas de trabalho no Brasil.

Edney Rangel Torres conta sua experiencia como Assistente de português na França

Edney Rangel Torres

Edney Rangel Torres

Minha experiência na França...

Um ano e sete meses de muito aprendizado, conhecimento, cultura, diversão e trabalho. 
Tudo começou quando fui selecionado no concurso nacional da Embaixada da França no Brasil para o posto de Assistente de Professor de Língua Portuguesa 2010 em três escolas na França, os Liceus Evariste Galois (Sartrouville), Saint Exupéry (Mantes-la-Jolie) e o Colégio Guy de Maupassant (Houilles) pela Academia de Versalhes. Com uma carga horaria de 12 horas semanais, utilizava o resto do tempo para conhecer os pormenores da cultura francesa. Um processo de ensino/aprendizagem desenvolvido ao longo do ano escolar com os alunos, professores, funcionários dos estabelecimentos e também com os demais Assistentes de Línguas Estrangeiras de outros países. Uma excelente oportunidade de divulgar a cultura brasileira, mostrar o que nós temos de melhor e desconstruir preconceitos tais como o “Brasil é só samba, futebol e mulher”.

Na sala de aula encontrei vários desafios: ensinar a língua portuguesa como língua estrangeira (para alunos descendentes de portugueses, cabo-verdianos, brasileiros e franceses), fazer o paralelo entre a norma portuguesa e a norma brasileira, conhecer o sistema educacional francês, interagir com os estudantes e promover aulas de interesse dos alunos. Com muito esforço e dedicação o trabalho foi realizado com sucesso. Mas, a aventura na França não acaba por aqui!

Três meses antes do visto expirar, fui até a prefeitura da cidade onde eu morava e pedi informações sobre a “Carte de Séjour”, permissão para residir legalmente no país. Para isto, era preciso comprovar residência e ter um contrato de trabalho de duração mínima de um ano. Ao terminar o contrato de Assistente de Professor, trabalhei como Assistente de Educação na Escola La Bussie (Vauréal), na função de supervisor controlando o acesso e a saída dos alunos a escola, durante os intervalos e quando necessário fazia contato com os pais dos alunos solicitando justificativa da ausência dele(s). Neste trabalho, aprendi mais sobre a educação e o regimento interno das escolas na França. Porém, a duração do contrato era inferior à requerida pela prefeitura para a solicitação da “Carte de Séjour”.

Depois de muita procura encontrei um Contrato de Duração Indeterminada (CDI) na empresa SOREST, uma empresa especializada em produtos naturais e pratos para bebês e pessoas idosas que têm dificuldades em mastigar. Com este contrato pude permanecer legal no país por mais um ano. Nesta empresa, comecei como motorista de entrega de refeições em escolas, creches, prefeituras e casas de repouso para idosos. Duas semanas depois, foi promovido a um cargo de responsabilidade na empresa. Desde então, passei por uma formação de capacitação para o posto, onde controlava todos os produtos, desde a recepção, armazenamento, produção, embalagem, preparação das encomendas e envio para os clientes. Um posto que exigia muita atenção, responsabilidade e cuidado no manuseio dos produtos alimentícios.

Neste mesmo período, fui aprovado em três universidades (Sorbonne Nouvelle Paris 3, Nanterre Université e Paris Diderot) para fazer o Mestrado em Didática de Línguas, no entanto, com este novo contrato, não pude cursar o mestrado, pois as aulas chocavam com o horário de trabalho.

Contudo, esta viagem foi sem dúvida a maior experiência que já vivi! Além do crescimento profissional, tive um grande crescimento pessoal, conheci pessoas incríveis e únicas, aprendi a “me virar” sozinho, aprendi a ser pontual e desenvolvi muitas qualidades éticas e morais. Uma experiência a reviver!


Edney Rangel Torres
Formado em Letras com Francês 
pela Universidade Estadual de Feira de Santana.
Contato: ertorres@live.fr

sábado, 30 de junho de 2012

Professora de francês em formação no Cavilam


A Embaixada da França oferece uma bolsa de estágio na França para professores de francês do ensino básico e médio no mês de julho no Cavilam.


Maria Fanilma Gomes Bonfim, professora no Colégio Luiz Viana e membro ativo da Associação dos Professores de francês da Bahia (APFEBA), passa um mês na França para participar de um programa de aperfeiçoamento linguístico no Cavilam em Vichy.

O Cavilam (Centre d’Approches Vivantes des Langues et des Médias) organiza um estágio de 70 horas de formação com percursos temáticos que abrangem o ensino da língua, comunicação escrita ou oral, civilização e cultura, ou francês da gastronomia, por exemplo. Como ensinar a adolescentes, como introduzir a arte na classe, como aprender fazendo teatro ou cantando, como aproveitar as mídias e as tecnologias na aprendizagem ? Como administrar uma turma ? Eis várias problemáticas que os professores vão discutir na formação. Além disso, palestras sobre assuntos atuais, metodologia ministradas por profissionais conceituados são previstas. Tem também encontros com profissionais da área além de visitas culturais e degustações de produtos regionais. O Cavilam é um centro de referência para o Francês Língua Estrangeira (FLE) e a formação dos professores. Fundado em 1964, a cada ano o Cavilam recebe cerca de 4000 estudantes e mais de 1000 professores do mundo inteiro.
Maria Fanilma escolheu os percursos temáticos Jeux, créativité et activités ludiques en classe e Les technologies de l’information et de la communication pour l’éducation (TICE).

Maria Fanilma Gomes Bonfim é graduada pela UFBA em Letras Vernáculas e Língua Estrangeira Francês/Especialização Estudos Linguísticos e Literários. Começou a estudar francês na Faculdade.

Conhece pouco a França, foi até lá por pouquíssimo tempo. Todo mundo sabe que os franceses fizeram a revolução da liberdade, igualdade e fraternidade base da democracia que foi inspiração para outros lugares do mundo, inclusive para o Brasil que se inspirou nas idéias do Positivismo de Auguste Comte. Talvez por isso, percebi que os Franceses podem ser muito orgulhosos com os outros. Dentre as artes a que mais aprecio é a literatura, com elas podemos nos deleitar transportando nossos pensamentos ao universo do autor de maneira a emocionar transmitindo sensações as mais diversas como, por exemplo, quando lemos Victor Hugo, Rousseau, Emile Zola, Simone de Beauvoir, dentre outros.
Maria Fanilma acredita que uma experiência como essa, de participar de estágios no exterior, enriquece cultural e profissionalmente, pois oferece a oportunidade de vivenciar os costumes, tradições e adquirir novos conhecimentos que podem ajudar no desenvolvimento pessoal e do nosso trabalho. É diferente quando o professor responde aos alunos sobre lugares que ele já esteve, a visão é outra, por mais que se saiba sobre eles, creio que nos dá mais segurança. Espero que essa estadia e principalmente o estágio no Cavilam traga-me mais aprendizagem, técnica e animo para continuar minha tarefa de professor; oportunidade que obtive quando de minha estadia ao Québec para participar de um estágio. 

Joven soteropolitana ganha uma viagem para França


Eloá Catarine Pinto Teixeira está de malas prontas para voar para a França no âmbito do programa da Embaixada da França, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Européias e o Institut français, CultureLab 2012, Festival de teatro de Avignon de 18 a 28 de julho.



Eloá ficou em primeiro lugar no concurso organizado pelo Bureau Salvador-SCAC Recife dentro da Semana da Língua Francesa e da Francofonia que destacou o indivíduo e o francês, língua singular e particular, língua da expressão íntima, Dites-moi dix mots qui vous racontent.

Representando a Bahia, Eloá Catarine Pinto Teixeira é mestranda em Literatura e Cultura/Estudos em Tradução Cultural e Intersemiótica na Universidade Federal da Bahia. Pretende investir na carreira acadêmica, se projetando para um doutorado. 

Há cerca de 7 anos está imersa nos estudos dessa língua, em aulas particulares, através de contatos com francófonos, no curso da Aliança Francesa, mas lembra que a maior parte da minha formação em língua francesa veio do esforço próprio, das longas horas que passei estudando sozinha em casa, frisa. Nem é esforço, acho que foi a língua que me escolheu. Quando passei no vestibular em 2002, precisei fazer aulas particulares, me apaixonei pela língua francesa. Quando terminei minha graduação, mudei para Salvador e foi onde iniciei minha carreira como professora de francês. É uma língua fácil, irmã do português, minha língua materna. Então, sinto-me muito à vontade com a língua francesa, além de adorar a diversidade cultural que ela traz, já que é uma língua falada em diversos países.

Eloá se interessa por música, adora o pop francês, Zaz é maravilhosa! conta. Gosta de leitura e de cinema, Audrey Tautou e Juliette Binoche são suas favoritas. Se atualiza com TV5, assiste os JT e os documentários. Além disso, sempre que pode ouve a Rádio France, para saber das novidades na música. Confessa ainda que está ansiosa para conhecer Avignon. Sei que é uma cidade muito agradável. Acho que participar do Festival de Avignon é uma grande oportunidade para abrir novos horizontes de pesquisa e atuação acadêmica.

Eloá soube do concurso CultureLab 2012 através da APFEBA, a Associação dos Professores de Francês da Bahia, da qual faz parte.

Ir ao encontro da criação teatral e contemporânea, tal é o projeto da temporada organizada pelo CEMÉA (Centro de Treinamento aos Métodos Ativos de Educação) no Festival d’Avignon.

O programa da temporada CultureLab Festival d’Avignon é centrado na descoberta das formas artísticas presentes no Festival e nas questões da criação contemporânea e da mestiçagem das linguagens artísticas. Os participantes tem condições de acesso privilegiado à programação, encontros com as equipes artísticas e intervenções de profissionais do espetáculo vivo. Cada participante é convidado a criar uma produção em francês que retrate seu percurso como espectador ou aprofundar um tema abordado durante a estadia.
Um aporte cotidiano sobre a história do teatro e os desafios atuais do espetáculo vivo, sob a forma de intervenções em francês, de trabalho sobre textos ficam como suporte de um aperfeiçoamento no domínio da língua francesa e das suas ferramentas conceituais para falar do espetáculo vivo e da encenação. O programa propõe um percurso de 4 espetáculos acompanhados, com um trabalho posterior de preparação sob a forma de ateliês e intervenções; encontros e debates com artistas e profissionais e ateliês de sensibilização às práticas artísticas, em ligação com os espetáculos vistos. O programa acolhe 25 participantes do mundo inteiro.

O Festival d’Avignon nasceu em 1947 de uma coincidência e de uma bricolagem, a partir do desejo de um casal de organizar uma exposição, que já pretendia cruzar as linguagens artísticas, a música e o teatro. A partir daí, desenvolveu-se progressivamente, consolidando-se com o tempo, sob a direção e as convicções do diretor de teatro Jean Vilar, que acreditava na necessidade de renovar as formas artísticas (mostrar o teatro contemporâneo ao lado do teatro clássico) e de ampliar o público, permitindo o acesso aos mais jovens apoiando-se na rede de educação popular.

Com a cidade turística de Avignon, na estrada das férias, e participando do movimento de criação dos festivais na Europa, o Festival d’Avignon cresceu e atingiu rapidamente sua era de ouro que durou 20 anos. Nos anos 60, o Festival acolheu a dança revolucionária de Maurice Béjart, viu as trupes locais desenvolverem o Festival Off. Com o crescimento do Festival, outros problemas surgiram, como financiamento, a profissionalização das equipes, o trabalho voluntário. A partir dos anos 80, Bernard Faivre d’Arcier monta o Festival d’Avignon como uma pequena empresa cultural, convida jovens diretores e coreógrafos franceses e estrangeiros e, mais uma vez, Ariane Mnouchkine e seu Théâtre du Soleil. Inicia coproduções com artistas da Europa do Leste, investe em qualquer local da cidade para teatro e dança, mistura as formas artísticas e propõe percursos individuais. Desde 2003, o Festival d’Avignon está sob a direção bicéfala de Hortense Archambault e Vincent Baudriller que conceberam o conceito do artista associado com a apresentação de várias obras do mesmo artista.

Ao longo de sua trajetória, o Festival d’Avignon conseguiu ser popular e acolher todos os tipos de teatro. O Festival tem um público fiel, é nacional e internacional, revela e confirma os artistas, é um festival de criação, é um tempo e um espaço de encontro de profissionais, de políticos e de debates. Permitiu a restauração de um patrimônio arquitetural esquecido, e favoreceu implantações de estruturas culturais permanentes.



sexta-feira, 8 de junho de 2012

1° Seminário internacional de formação e capacitação em cultura: 30/05, mesa-redonda Ensinamentos artísticos, formação profissional e educação superior: concorrência ou complementariedade?



MH.Cunha, C.Castro, A.Sampaio, G.Ferreira, I.Faure



Almicio Fernandes
Deolinda Vilhena
MH.Cunha, A.Sampaio, C.Castro, S.Farias, I.Faure, G.Ferreira 
Mediada por Adriano Sampaio, professor da FACOM/UFBA e do Poscult, a mesa recebeu palestrantes de algumas instituições de formação cultural, tanto da área acadêmica como da formação técnica e profissional de mercado para debater de Ensinamentos artísticos, formação profissional e educação superior: concorrência ou complementariedade?


A mesa foi composta por Giovandro Ferreira, diretor da FACOM/UFBA, Isabelle Faure, diretora do Mestrado Profissional Estrágias de Intercâmbio cultural Internacional no Institut d'Etudes Poliques de LyonMaria Helena Cunha, diretora da Inspire Gestão Cultural e da DUO Editorial, Sérgio Fárias, diretor do IHAC/UFBA e Cristina Castro, diretora do Festival Viva Dança.

Cristina Castro, coreográfa e produtora do festival internacional de Viva Dança, que substitiu na discussão Deolinda Vielhena (Produtora teatral e professora da Escola de Teatro da UFBA), iniciou falando da importância para o artista entender a administração e a produção cultural. Explicou sobre o funcionamento do Festival Internacional Viva Dança, que reúne artistas de 18 países, desde 2007, para participar de diversas atividades. Não é apenas para formar plateia que o festival é realizado, mas também para consolidar o estado como sede para rota de eventos artisticos, criar redes e solidificar parcerias com diversos ministérios e grupos culturais.

O professor Giovandro Ferreira, diretor da FACOM/UFBA, falou sobre a formação cultural acadêmica e os desafios de fazer convergir teoria e prática. Apesar do curso em sua criação ter sido destinado ao estudo das políticas culturais, existem oficinas obrigatórias que aproximam o aluno da vivência e prática da produção cultural. Apresentou também os projetos criados na Faculdade para que os acadêmicos se relacionem com o público externo e enriqueça sua formação.

Isabelle Faure, em sequência, falou acerca da sua experiência e do funcionamento do Institut d´Études Politiques de Lyon onde ela criou o Mestrado Profissional Estrágias de Intercâmbio cultural Internacional, que tem como objetivo acompanhar os estudantes até eles serem inseridos no campo profissional. A pesquisadora enfatiza a importância do intercâmbio cultural, pois dessa forma os produtores interagem em distintas situações de cultura e aguça sua relação de trabalho em comunidades. Em sua arguição, nota-se a valorização da formação, a troca de experiência entre gerações e a formação artística continuada.

A mesa foi finalizada abordando o tema de novos métodos de aprendizagens trazidos por Maria Helena Cunha e Sérgio Farias.
Maria Helena Cunha apresentou uma nova metodologia de ensino à distância através da plataforma DUO de ensino à distância. Com o curso Como Gerir um Museu, a produtora percebeu a importância do ensino à distância, graças à democratização do aprendizado e da formação na área cultural.

Os Bacharelados Interdisplinares (BI), apresentados por Sérgio Farias, são os cursos de graduação universitária interdisciplinar que unem de forma abrangente diversas áreas do ensino. O BI de artes se estende para diversos campi da universidade e os estudantes têm a possibilidade de criar um percurso específico da área que deseja seguir.

 Fonte: http://www.agendartecultura.ufba.br/

1° Seminário internacional de formação e capacitação em cultura: 30/05, conferência de Jean-Pascal Quilès

Jean-Pascal Quilès
Paulo Miguez e Jean-Pascal Quilès
Adriano Sampaio
Maria Helena Cunha




Paulo Miguez e Jean-Pascal Quilès
Jean-Pascal Quilès expôs a sua experiência à frente do Observatoire de Politiques Culturelles onde ele exerce a função de diretor adjunto e é responsável pelas formações culturais, com a brilhante mediação de Paulo Miguez, professor no IHAC/UFBA

Traçou o panorama histórico do Observatório. Criado em 1989, pelo Ministério da Cultura francês, a instituição tinha como finalidade observar o processo de descentralização cultural no país. A cidade escolhida para sua fundação foi Grenoble, sendo um dos maiores motivos para a decisão sua infra-estrutura integrada, ou seja, a educação, o esporte e a cultura eram priorizados pelas políticas públicas de maneira associada. As cidades novas foram marcadas pela vida associativa da sociedade civil, destaca Jean-Pascal Quilès, que ainda ressaltou Grenoble é uma municipalidade em inovação.

De acordo com a Unesco, o Observatório de Políticas Culturais na França foi o primeiro observatório a se dedicar a essa questão. Uma das primeiras conclusões levantadas pelo Observatório foi sobre a relevância das coletividades territoriais como financiadores da cultura, ocupando posição de destaque em relação ao próprio Ministério da Cultura. O Observatório atende servidores do Estado, coletividades territoriais, atores artísticos culturais e suas representações, além de laboratórios de pesquisa nas universidades. Outro eixo de trabalho são os encontros para revigorar o debate das políticas culturais e que os atores artísticos e culturais possam se encontrar.

Outro projeto do Observatoire des Politiques Culturelles, que está sendo realizado no Brasil, é a Plataforma de Políticas Culturais Brasileira. Seu objetivo é encontrar o equilíbrio dos ecossistemas culturais e artísticos brasileiros. Tal plataforma deve conseguir uma ferramenta de equilíbrio dessas políticas para que tudo não precise do MinC, nem do Estado, explicou Jean-Pascal Quilès. Há uma articulação não somente com os atores públicos, mas também os privados, para que se possam trazer as experiências importantes do exterior para oferecer uma inspiração ao Brasil. A plataforma será uma porta para os outros observatórios do Brasil e no mundo, finalizou.

Fonte: http://www.agendartecultura.ufba.br/

1° Seminário internacional de formação e capacitação em cultura: 29/05, mesa-redonda Entre conhecimentos teóricos e experiência prática: como enriquecer as competências da gestão cultural ?


S.Silva, L.Calabre, L.Bezerra, LC.Cajaiba, E.Costa; E.Wallon
Laura Bezerra; Luiz Claudio Cajaiba, Eliane Costa
Selma Cristina Silva e Lia Calabre
S.Silva, L.Calabre, L.Bezerra, LC.Cajaiba, E.Costa, E.Wallon
Laura Bezerra
Eliane Costa








Aldo Valentim


Deolinda Vilhena e Youri Tripodi

E.Wallon, S.Silva, LC.Cajaiba, L.Bezerra, E.Costa, L.Calabre






fotos I.Kirsch e Agenda da Arte Cultura UFBA
A mesa redonda Entre conhecimentos teóricos e experiência prática: como enriquecer as competências da gestão cultural? na tarde do dia 29 de maio reuniu Laura Bezerra, Assessora da Transversalidade da Cultura na SECULT-BA; Eliane Costa, gerente de patrocínios culturais da Petrobras (2003-2012) e professora na Escola Superior de Propaganda e Marketing; Lia Calabre, Pesquisadora e chefe do setor de Estudos de Política Cultural da Fundação Casa de Rui Barbosa/Minc e professora dos MBAs de Gestão e produção Cultural da Fundação Getúlio Vargas; Selma Cristina Silva, gerente do Observatório e do Centro de Documentação do Itaú Cultural e Emmanuel Wallon, especialista na análise de políticas culturais territoriais, membro dos comitês de redação das revistas Temps Modernes e Études Théâtrales, consultor, e Professor e pesquisador da Université Paris Ouest Nanterre La Défense, sob a pilotagem de Luiz Cláudio Cajaíba, Professor e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA.

Lia Calabre falou do Papel das políticas públicas na formação dos profissionais da cultura. Ressaltou na sua fala que a desigualdade territorial do Brasil na economia se estenda à área cultural e educacional, perguntando como fugir da resposta imediata ao mercado na formação em um cenário onde 90% da formação superior é particular e paga? Os cursos que sobrevivem são aqueles que são viáveis, em outros termos rentáveis. 

Em sua intervenção, Programas de formação na área da cultura: a experiência da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Laura Bezerra reafirmou a prioridade do a SECULT, a articulação da cultura e da educação. A formação em cultura é um desafio que necessita de um investimento de forma contínua em um contexto favorável. Os programas de formação e capacitação em cultural permitem balizar as discussões, articular parcerias e promover a cultura através da educação.

Eliane Costa apresentou o Panorama das políticas públicas culturais para o cenário das redes sob a perspectiva da ecologia digital. A UNESCO define a cultura como o conjunto de traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que compreende, além das artes e das letras, os modos de vida, as formas de convivência, os sistemas de valores, as tradições e as crenças. Hoje o consumidor é também o produtor, em redes de redes, sem intermediários. Novos circuitos, novos protagonistas, novas linguagens aparecem. Mas precisa ficar atento à divisão digital. Os processos de globalização proporcionam condições inéditas a favor da interação entre culturas, mas comportam também riscos de desequilíbrios entre países ricos e pobres. O papel das politicas públicas é a construção de uma cultura digital, de redes, com conteúdos culturais brasileiros.

Selma Cristina Silva apresentou as Ações de formação do Observatório Itaú Cultural para gestores de cultura: desafios de motivação e continuidade. O gestor cultural é um conceito equivocado. Se caracteriza pela grande heterogeneidade da formação, a polivalência e a diversidade da atuação e a necessidade de um conhecimento diverso que diz respeito a áreas muito diferentes. Para definir uma ação, precisa mapear os gestores culturais no Brasil, onde eles estão, quem eles são. O Observatório Itaú oferece varias modalidades de formação e de capacitação segundo o perfil do público. A pós-graduação se dirige a profissionais já atuantes. A semana de gestão cultural se articula com parcerias com instituições locais. Os programas de capacitação tomam a forma de oficinas ou de cursos on line. As ações do Observatório atingem o Brasil inteiro e 85% dos participantes são aprovados.

As necessidades em formação na administração cultural territorial na França foi o tema escolhido por Emmanuel Wallon para enriquecer o debate. 
Desde 1982, a formação de administrador cultural territorial evoluiu na França com a política de descentralização, a variedades das funções e a dimensão das estruturas locais. Historicamente, há uma tradição de intervenção das grandes prefeituras na área cultural. Na verdade, a decisão cultural, muitas vezes é tomada no âmbito de um sistema triangular, composto pelo prefeito e seu adjunto, ambos eleitos e o diretor dos assuntos culturais, funcionário territorial concursado. A grande parte da formação vem de encontros, trocas de experiências, práticas bem sucedidas, seminários, etc. As cidades e coletividades locais se juntam para definir suas ações. A formação, a pesquisa e a prospectiva são os pilares sobre os quais se edifica uma política cultural e que podem evoluir em função de críticas, sucessos ou demandas. Desde então, uma política cultural e a formação associada devem se entender como realidades orgânicas que pedem uma observação e uma adaptação constantes.