segunda-feira, 17 de maio de 2010

Estudante francês, Patrick Emedy, pesquisa culinária no Recôncavo baiano

Escola do assentamento São Domingos - Município de São Sebastião do Passé
Patrick e Professora Rosa e Alberto Valente
Entrada do assentamento de São Domingos

Patrick no pilão

Acampamento do retiro – Município de São Sebastião do Passé

Patrick Emedy esta viajando no Recôncavo baiano para desenvolver sua pesquisa de Mestrado da Universidade de Angers na França. Patrick nos conta algumas etapas da sua viagem.

Escola do assentamento São Domingos - Município de São Sebastião do Passé. O historiador Alberto Valente que trabalha na Secretaria de Educação e Cultura (SEDUC) nos mostra as ruínas do antigo engenho de açúcar atrás da escola. Ainda dá para visualizar a senzala e o casarão do fazendeiro. As sinhazinhas batiam no chão para chamar as mucamas, mulheres negras escravas, que moravam no porão. Elas tinham que estar prontas a qualquer hora para prestar serviço. A professora Rosa, no centro da foto, ensina nessa sala as criança do assentamento de 6 até 15 anos. Cerca de 110 pessoas, ou seja, 28 familias vivem nessa terra. A gerente de turismo, Daniela, trabalha na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Planejamento rural da cidade (SEDET).

*O assentamento é um pedaço de terra recuperado pelo INCRA, instituto governamental para entregar aos trabalhadores sem terras.

Entrada do Assentamento São Domingos – Município de São Sebastião do Passé Um trabalhador rural tirando duas caixas de jenipapo do mato. O Assentamento São Domingos nasceu em 1996. Nessa época de criação do assentamento, aconteceu um acidente, abelhas atacaram o grupo e um camponês chamado Domingos tentou fugir a contra-vento. As abelhas ficaram no rosto dele jogando veneno até que conseguiu jogar-se num rio quase seco para liberar-se dos bichos. Mas uma grande quantidade de veneno já havia sido absolvida pelo corpo e o homem morreu poucos minutos depois. Em sua homenagem, num momento de luta em favor da causa dos trabalhadores sem terra, o assentamento resolveu chamar-se São Domingos. Hoje, o senhor Lagoa produz ainda o mel dessa mesma abelha nativa na comunidade. Ele é vendido na feira de São Sebastião.

Sala de aula - Assentamento III de Abril - Município de São Sebastião do Passé Cada um dos trabalhadores rurais tem a sua especialidade. Um produz o aipim, o outro faz o doce de jenipapo, etc. Depois de muita conversa, um deles decidiu sair. Voltou com um garrafão amarelo-lararanja na mão. Um licor de caju maravilhoso! Deixa um ano as frutas macerarem na cachaça e no ano seguinte junta o caldo dos cajus da colheita com essa maceração caseira. O litro custa apenas 5 reais.

Casa de família no assentamento Rainha dos anjos - Município de São Sebastião do Passé. Cada família produz seu próprio azeite de dendê. Um trabalho difícil. O perigo começa em cima da palmeira. Não se pode cair cortando as frutas. Também não se deve atrapalhar as cobras, que gostam de descansar em cima dessas árvores. Vem depois a hora de cozinhar as frutas. Passam logo no pilão até conseguir a separar a semente da polpa. Um banho de água separa o bagaço do azeite, que vai ao fogo até perder toda a sua água. Engarrafa-se depois na garrafa que se encontra disponível no momento!

Acampamento do retiro – Município de São Sebastião do Passé. Passando na frente do acampamento, um grupo de mulheres estava conversando. Ao lado, um cavalo acha uma delícia as mangas jogadas no chão. Seguimos a fabricação da farinha de mandioca. Chegando à fábrica alguns metros mais a frente, os trabalhadores acabaram de descascar, ralar e espremer as raízes de mandioca. Dois especialistas realizam o processo de secagem, mexendo a farinha sobre chapas gigantes aquecidas no forno a lenha. Depois é só peneirar e botar ainda quentinha sobre a língua... uma delícia !

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