sábado, 30 de junho de 2012

Joven soteropolitana ganha uma viagem para França


Eloá Catarine Pinto Teixeira está de malas prontas para voar para a França no âmbito do programa da Embaixada da França, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Européias e o Institut français, CultureLab 2012, Festival de teatro de Avignon de 18 a 28 de julho.



Eloá ficou em primeiro lugar no concurso organizado pelo Bureau Salvador-SCAC Recife dentro da Semana da Língua Francesa e da Francofonia que destacou o indivíduo e o francês, língua singular e particular, língua da expressão íntima, Dites-moi dix mots qui vous racontent.

Representando a Bahia, Eloá Catarine Pinto Teixeira é mestranda em Literatura e Cultura/Estudos em Tradução Cultural e Intersemiótica na Universidade Federal da Bahia. Pretende investir na carreira acadêmica, se projetando para um doutorado. 

Há cerca de 7 anos está imersa nos estudos dessa língua, em aulas particulares, através de contatos com francófonos, no curso da Aliança Francesa, mas lembra que a maior parte da minha formação em língua francesa veio do esforço próprio, das longas horas que passei estudando sozinha em casa, frisa. Nem é esforço, acho que foi a língua que me escolheu. Quando passei no vestibular em 2002, precisei fazer aulas particulares, me apaixonei pela língua francesa. Quando terminei minha graduação, mudei para Salvador e foi onde iniciei minha carreira como professora de francês. É uma língua fácil, irmã do português, minha língua materna. Então, sinto-me muito à vontade com a língua francesa, além de adorar a diversidade cultural que ela traz, já que é uma língua falada em diversos países.

Eloá se interessa por música, adora o pop francês, Zaz é maravilhosa! conta. Gosta de leitura e de cinema, Audrey Tautou e Juliette Binoche são suas favoritas. Se atualiza com TV5, assiste os JT e os documentários. Além disso, sempre que pode ouve a Rádio France, para saber das novidades na música. Confessa ainda que está ansiosa para conhecer Avignon. Sei que é uma cidade muito agradável. Acho que participar do Festival de Avignon é uma grande oportunidade para abrir novos horizontes de pesquisa e atuação acadêmica.

Eloá soube do concurso CultureLab 2012 através da APFEBA, a Associação dos Professores de Francês da Bahia, da qual faz parte.

Ir ao encontro da criação teatral e contemporânea, tal é o projeto da temporada organizada pelo CEMÉA (Centro de Treinamento aos Métodos Ativos de Educação) no Festival d’Avignon.

O programa da temporada CultureLab Festival d’Avignon é centrado na descoberta das formas artísticas presentes no Festival e nas questões da criação contemporânea e da mestiçagem das linguagens artísticas. Os participantes tem condições de acesso privilegiado à programação, encontros com as equipes artísticas e intervenções de profissionais do espetáculo vivo. Cada participante é convidado a criar uma produção em francês que retrate seu percurso como espectador ou aprofundar um tema abordado durante a estadia.
Um aporte cotidiano sobre a história do teatro e os desafios atuais do espetáculo vivo, sob a forma de intervenções em francês, de trabalho sobre textos ficam como suporte de um aperfeiçoamento no domínio da língua francesa e das suas ferramentas conceituais para falar do espetáculo vivo e da encenação. O programa propõe um percurso de 4 espetáculos acompanhados, com um trabalho posterior de preparação sob a forma de ateliês e intervenções; encontros e debates com artistas e profissionais e ateliês de sensibilização às práticas artísticas, em ligação com os espetáculos vistos. O programa acolhe 25 participantes do mundo inteiro.

O Festival d’Avignon nasceu em 1947 de uma coincidência e de uma bricolagem, a partir do desejo de um casal de organizar uma exposição, que já pretendia cruzar as linguagens artísticas, a música e o teatro. A partir daí, desenvolveu-se progressivamente, consolidando-se com o tempo, sob a direção e as convicções do diretor de teatro Jean Vilar, que acreditava na necessidade de renovar as formas artísticas (mostrar o teatro contemporâneo ao lado do teatro clássico) e de ampliar o público, permitindo o acesso aos mais jovens apoiando-se na rede de educação popular.

Com a cidade turística de Avignon, na estrada das férias, e participando do movimento de criação dos festivais na Europa, o Festival d’Avignon cresceu e atingiu rapidamente sua era de ouro que durou 20 anos. Nos anos 60, o Festival acolheu a dança revolucionária de Maurice Béjart, viu as trupes locais desenvolverem o Festival Off. Com o crescimento do Festival, outros problemas surgiram, como financiamento, a profissionalização das equipes, o trabalho voluntário. A partir dos anos 80, Bernard Faivre d’Arcier monta o Festival d’Avignon como uma pequena empresa cultural, convida jovens diretores e coreógrafos franceses e estrangeiros e, mais uma vez, Ariane Mnouchkine e seu Théâtre du Soleil. Inicia coproduções com artistas da Europa do Leste, investe em qualquer local da cidade para teatro e dança, mistura as formas artísticas e propõe percursos individuais. Desde 2003, o Festival d’Avignon está sob a direção bicéfala de Hortense Archambault e Vincent Baudriller que conceberam o conceito do artista associado com a apresentação de várias obras do mesmo artista.

Ao longo de sua trajetória, o Festival d’Avignon conseguiu ser popular e acolher todos os tipos de teatro. O Festival tem um público fiel, é nacional e internacional, revela e confirma os artistas, é um festival de criação, é um tempo e um espaço de encontro de profissionais, de políticos e de debates. Permitiu a restauração de um patrimônio arquitetural esquecido, e favoreceu implantações de estruturas culturais permanentes.



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