sexta-feira, 8 de junho de 2012

1° Seminário internacional de formação e capacitação em cultura: 29/05, mesa-redonda Entre conhecimentos teóricos e experiência prática: como enriquecer as competências da gestão cultural ?


S.Silva, L.Calabre, L.Bezerra, LC.Cajaiba, E.Costa; E.Wallon
Laura Bezerra; Luiz Claudio Cajaiba, Eliane Costa
Selma Cristina Silva e Lia Calabre
S.Silva, L.Calabre, L.Bezerra, LC.Cajaiba, E.Costa, E.Wallon
Laura Bezerra
Eliane Costa








Aldo Valentim


Deolinda Vilhena e Youri Tripodi

E.Wallon, S.Silva, LC.Cajaiba, L.Bezerra, E.Costa, L.Calabre






fotos I.Kirsch e Agenda da Arte Cultura UFBA
A mesa redonda Entre conhecimentos teóricos e experiência prática: como enriquecer as competências da gestão cultural? na tarde do dia 29 de maio reuniu Laura Bezerra, Assessora da Transversalidade da Cultura na SECULT-BA; Eliane Costa, gerente de patrocínios culturais da Petrobras (2003-2012) e professora na Escola Superior de Propaganda e Marketing; Lia Calabre, Pesquisadora e chefe do setor de Estudos de Política Cultural da Fundação Casa de Rui Barbosa/Minc e professora dos MBAs de Gestão e produção Cultural da Fundação Getúlio Vargas; Selma Cristina Silva, gerente do Observatório e do Centro de Documentação do Itaú Cultural e Emmanuel Wallon, especialista na análise de políticas culturais territoriais, membro dos comitês de redação das revistas Temps Modernes e Études Théâtrales, consultor, e Professor e pesquisador da Université Paris Ouest Nanterre La Défense, sob a pilotagem de Luiz Cláudio Cajaíba, Professor e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA.

Lia Calabre falou do Papel das políticas públicas na formação dos profissionais da cultura. Ressaltou na sua fala que a desigualdade territorial do Brasil na economia se estenda à área cultural e educacional, perguntando como fugir da resposta imediata ao mercado na formação em um cenário onde 90% da formação superior é particular e paga? Os cursos que sobrevivem são aqueles que são viáveis, em outros termos rentáveis. 

Em sua intervenção, Programas de formação na área da cultura: a experiência da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Laura Bezerra reafirmou a prioridade do a SECULT, a articulação da cultura e da educação. A formação em cultura é um desafio que necessita de um investimento de forma contínua em um contexto favorável. Os programas de formação e capacitação em cultural permitem balizar as discussões, articular parcerias e promover a cultura através da educação.

Eliane Costa apresentou o Panorama das políticas públicas culturais para o cenário das redes sob a perspectiva da ecologia digital. A UNESCO define a cultura como o conjunto de traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que compreende, além das artes e das letras, os modos de vida, as formas de convivência, os sistemas de valores, as tradições e as crenças. Hoje o consumidor é também o produtor, em redes de redes, sem intermediários. Novos circuitos, novos protagonistas, novas linguagens aparecem. Mas precisa ficar atento à divisão digital. Os processos de globalização proporcionam condições inéditas a favor da interação entre culturas, mas comportam também riscos de desequilíbrios entre países ricos e pobres. O papel das politicas públicas é a construção de uma cultura digital, de redes, com conteúdos culturais brasileiros.

Selma Cristina Silva apresentou as Ações de formação do Observatório Itaú Cultural para gestores de cultura: desafios de motivação e continuidade. O gestor cultural é um conceito equivocado. Se caracteriza pela grande heterogeneidade da formação, a polivalência e a diversidade da atuação e a necessidade de um conhecimento diverso que diz respeito a áreas muito diferentes. Para definir uma ação, precisa mapear os gestores culturais no Brasil, onde eles estão, quem eles são. O Observatório Itaú oferece varias modalidades de formação e de capacitação segundo o perfil do público. A pós-graduação se dirige a profissionais já atuantes. A semana de gestão cultural se articula com parcerias com instituições locais. Os programas de capacitação tomam a forma de oficinas ou de cursos on line. As ações do Observatório atingem o Brasil inteiro e 85% dos participantes são aprovados.

As necessidades em formação na administração cultural territorial na França foi o tema escolhido por Emmanuel Wallon para enriquecer o debate. 
Desde 1982, a formação de administrador cultural territorial evoluiu na França com a política de descentralização, a variedades das funções e a dimensão das estruturas locais. Historicamente, há uma tradição de intervenção das grandes prefeituras na área cultural. Na verdade, a decisão cultural, muitas vezes é tomada no âmbito de um sistema triangular, composto pelo prefeito e seu adjunto, ambos eleitos e o diretor dos assuntos culturais, funcionário territorial concursado. A grande parte da formação vem de encontros, trocas de experiências, práticas bem sucedidas, seminários, etc. As cidades e coletividades locais se juntam para definir suas ações. A formação, a pesquisa e a prospectiva são os pilares sobre os quais se edifica uma política cultural e que podem evoluir em função de críticas, sucessos ou demandas. Desde então, uma política cultural e a formação associada devem se entender como realidades orgânicas que pedem uma observação e uma adaptação constantes.


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